Qual carro vai para a pista primeiro?

sábado, 31 de julho de 2010

Ainda não andamos, será que é dessa vez?



Após muito tempo trabalhando no carro e a primeira tentativa de participar de uma prova em 2006 frustrada, era hora de abaixar a cabeça e fazer o possível para colocar o carro na próxima. E a próxima seria no dia 15 de março de 2007, agora no autódromo de Tarumã.

Bem, basicamente a história da primeira tentativa se repetiu. Pouco tempo, muita correria e na hora h o carro estava por terminar.  Mas a idéia era aprender com os erros e nao tentar mais dar o passo maior que a perna. Então, vendo que não daria tempo de montar o carro com turbo, optamos por colocar apenas nitro, com o restante do mesmo jeito que estav anteriormente. O motor era forjado e destaxado e deveria aguentar uma boa potência.

E assim foi, com alguns dias de antecedência tudo estava pronto e o carro estava rodando, pronto para os testes. E lá fomos nós dar umas nitradas, inicialmente com 70 cv de nitro. E o carro estava bom. Andava bem, acelerava forte e dava para ver que teria um ótimo desempenho na corrida. Não era o que estávamos querendo, mas com certeza já faria muito turbinho tremer.

Aí, que como sempre veio a idéia genial. "Mas e se aumentarmos o nitro?" Estava tudo bem, o carro estava pronto com antecedência, funcionando e andando bem... Mas dava pra dar uma melhorada...

Certo, 120 de nitro. Testes. ESPETACULAR! A diferença era brutal, o carro estava andando muito mais, empurrando muito mais de alta e simplesmente era outro carro. Parei o carro e fiz um teste de arrancada: Primeira engatada, giro estável em 3500... Pé esquerdo pro lado e pé direito no fundo. O carro gira 5500 rpm e começa a patinar e a agulha fica cravada nesse número enquanto o carro emite um som absurdo de motor e pneus enquanto é catapultado para a frente pelos advan de 225 mm de largura. Só consigo pensar: "O CARRO ARRANCA MUITOOOOO!"

Volto para inspecionar as marcas no asfalto e meço uma queimada em duas rodas de 40 metros de comprimento...  Ok, recolhe o brinquedo que domingo tem prova.

Uma última acelerada apenas para... Para quê, Mr Pra Quê? Não sei, só sei que o carro empurra muito de alta nitrando e só quem tem a coisa no sangue entende isso... Quando está indo pra frente você não quer mais que acabe!

Até que, no escuro da noite eu vejo explosões pelos buracos da parede de fogo e o motor perde força. Dedo duro do conta-giros em 7400. O módulo original corta em 6500... Resultado: Balancins ejetados, válvulas quebradas, pistão danificado, cilindro severamente marcado...

Data da próxima prova: 02/06/07.

E lá vamos nós...


Certo. Por uma série de razões optamos por mudar mais coisa no carro, pois ainda não tínhamos aprendido a lição. Colocamos de uma só vez uma injeção FuelTech, injetores usados emprestados, bobina nova, roda fônica e todo o sistema mpfi...

A idéia era "eliminar problemas", mas só o que isso fez foi trazer ainda mais incomodação. Os problemas velhos continuaram, pois ao fazer modificações não tivemos tempo de lidar com eles e com a instalação de novas peças surgiram também novos problemas.

Velha epopéia de sempre correria pré-prova, mas conseguimos chegar em Tarumã com o carro funcionando.


Chegando lá, o carro funcionava, mas MAIS UMA VEZ os problemas surgiram. O principal deles era que o motor não passava de 4500 rpm. Cogita-se de tudo: Cabo de vela, vela, ajuste de injeção, problema na bomba de combustível, problema nas bobinas, problema na instalação do chicote... Verifica-se tudo, mas nada parece promissor.

E os bicos emprestados? Será que estão bons? Será que estão sujos? Só Deus sabe...

Após todas as diversas questões levantadas a culpada elegida na hora foi a instalação da roda fônica externa, já que o bloco do motor era EFI, ou seja, sem a espera para o sensor.

Tratava-se de uma coisa impossível de arrumar e então andamos com o carro girando apenas 4500 e com isso o melhor tempo que se conseguiu foi 10,01 em 201 metros. Foi bastante decepcionante andar com o carro assim e ver os carros mais fracos nos ultrapassando sem poder fazer nada.

Mas no final, o que mais decepcionou foi que com o tempo acabamos descobrindo que o problema na verdade não era a instalação externa ou a roda fônica e sim o sensor indutivo, que precisava de um resistor para reduzir a intensidade do sinal para a injeção eletrônica, uma peça de 30 centavos que poderia ser instalada em cinco minutos...

Enfim, mais um dia decepcionante que fez a ansiedade e o stress aumentarem ainda mais sobre toda a equipe.

MAIS UMA VEZ, aguardávamos a próxima prova.

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