Qual carro vai para a pista primeiro?

quinta-feira, 29 de março de 2012

Perfeccionismo não é qualidade,

Peças do setor de direção após jato de micro esferas de vidro
Perfeccionismo, ao contrário do que muitos dizem, não é qualidade. É isso aí, digo e repito: Perfeccionismo para mim é defeito. Segundo a infopédia, a definição de perfeccionista é: "pessoa que procura realizar na perfeição uma obra ou tarefa".

Parece bom, a princípio... Mas a perfeição em si é um termo difícil de definir. Alguns sinônimos são "excelência em grau elevado" ou "execução e acabamento completo". Até aí ainda vá. O problema surge quando entra o velho "qualidade daquilo que não possui defeitos".

Como assim? Em tudo se pode encontrar algum defeito, nada é perfeito. Se uma Ferrari é a definição de carro perfeito (nao estou dizendo que é), uma pessoa pobre pode dizer que seu único defeito é que ela não pode comprar. Pronto, lá se foi a perfeição. Mas caso corrigíssemos esse problema, os ricos adeixariam de comprá-la, alegando que seu único defeito é a falta de exclusividade, afinal qualquer um pode ter...

E se defeitos sempre existem, a perfeição não pode existir, a não ser dentro de um contexto. Logo, o perfeccionista nada mais é do que um louco que persegue algo que não existe fora de sua mente. 

Mas que linha determina o limite entre ser caprichoso ou detalhista e a doença mental?

Pra mim, perfeccionista é aquele que vai longe demais, não sabe a hora de parar. Não sabe mais medir a relação de custo-benefício de uma tarefa. Extrapola o contexto, apenas com o benefício em vista, esquecendo do custo que ele possa ter em termos de esforço, tempo e dinheiro empregados na tal tarefa.

Por exemplo: Há pessoas que tem o hábito de lavar a parte de baixo de seu carro. Isso é ser caprichoso, afinal, apesar de não ser estritamente necessário, há benefícios palpáveis em fazê-lo eventualmente. Enfim, é uma coisa pouco importante para a maioria das pessoas, mas até faz sentido. Já o hábito que um conhecido meu tem de encerar as molas de seu carro de uso diário é no mínimo contra-producente, para não dizer totalmente idiota. É a mesma coisa que encerar a sola dos sapatos.

Então, sempre que você perde muito tempo ou emprega muitos recursos para realizar uma tarefa que vai ter uma importância muito pequena no contexto geral do que você está fazendo, é perfeccionismo. 

Infelizmente, compreender um defeito não quer dizer que você seja capaz de corrigí-lo.

Resultado da oxidação em uma das abraçadeiras
A abraçadeira mais danificada pela ferrugem
Quando tive o desprazer de ver as peças do setor de direção, que estavam em excelente condição quando guardei, atingirem esse estado que aparece nas fotos, a irracionalidade tomou conta do meu ser mais uma vez. Claro que eu poderia jateá-las e pintá-las, que ficariam protegidas da oxidação e cumpririam sua função de forma totalmente aceitável.

Mas não deu. Além do jateamento tive que lixar as peças, até sumir todas as marcas do episódio. Essas peças ficam na parede de fogo, numa parte baixa, atrás do motor. Provavelmente ninguém veria essas marquinhas, e se visse provavelmente não faria diferença nenhuma. Mas eu vi... Não iria conseguir dormir a noite, pois apareceriam nos meus pesadelos quando eu fechasse os olhos. 

Sei que isso não é coisa de que eu deva me orgulhar, mas fazer o quê? Ninguém é perfeito. 

Abraçadeiras após lixamento
Prontas para a zincagem

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