Qual carro vai para a pista primeiro?

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Quando a competição aperta...


Bem galera, antes que os fãs de gm comecem a me xingar por ter mais informações da Willys que do carro do qual trata o blog, é melhor eu postar alguma coisa. Afinal, não quero que os leitores pensem que sou relaxado como o dono do Fiat 600, que tem um monte de atualizações do carro e que não publica as fotos por motivos de força maior (pura preguiça).

Contudo, por mais aflito que eu esteja para não ficar para trás na lista de novidades, alguns de vocês já devem ter notado que eu jamais posto fotos de coisas compradas. Não é que eu não tenha dinheiro para comprar coisas... Pensando bem, não tem sobrado muito ultimamente... Mas enfim! O que importa é que não sou afeito a publicar ou enumerar a lista de peças do carro. Com isso quero passar a mensagem de que "o que importa é o que você constrói, não o que você compra", ou seja, acredito que o que deve ser valorizado é aquilo que envolve o talento, a ideologia e o esforço das pessoas que trabalham no carro, em contrapartida à simples capacidade de abrir a carteira e comprar todas as novidades disponíveis.

Afinal, do contrário seria muito mais fácil, rápido e barato comprar um carro pronto.

Contudo, nunca posso esquecer de um amigo que levava essa mania ao extremo, tanto que isso rendeu várias brincadeiras e pegações de pé. O Zem era metido a fazer tudo ele mesmo, com as próprias mãos, inclusive o iogurte que comia. Certo dia cometeu a asneira de falar na oficina sobre seu novo projeto: Uma iogurteira feita em casa. Logo o pessoal caiu na cabeça dele, perguntando se o próximo passo seria colocar uma vaca própria na sala do apartamento...

Até admito que no mundo dos carros existem muitas pessoas que compartilham o objetivo de fazer um carro inteiro com as próprias mãos, ainda que poucos de fato tenham a capacidade ou a possibilidade de fazer isso. Mas creio que não faz sentido tentar construir sozinho todas as peças do carro, a não ser que você seja como o meu amigo Zem e que seu propósito final, assim como o dele, não seja meramente comer iogurte.

Eu particularmente não tenho uma pretensão tão grande, apenas quero montar meu carro do meu jeito e depois correr com ele. Por isso, fiquem aliviados: Não penso em fabricar meus próprios pistões. Deixei isso a cargo da IASA, fabricante argentino que sabe muito melhor que eu o que está fazendo. Apenas modificá-los um pouco, quem sabe...

Escolhi para o meu motor os IASA, pois já tive experiência com eles e foram de boa qualidade. Como meus cilindros eram 86,58 e após diversos maus-tratos o bloco acabou bastante arranhado, optei por pistões 87,5, pois caso fossem menores que isso, provavelmente a retífica dos cilindros não iria limpar todos os "acidentes" que ocorreram com o bloco, que já foram amplamente divulgados em postagens anteriores.

Então modifiquei os pistões no torno, aumentando a piscina para diminuir um pouco a taxa. Quanto vai ficar exatamente eu ainda não sei. Tirei o que pareceu ser o máximo, sem comprometer a integridade e robustez da coroa dos pistões. Por mim até deixaria com menos taxa, mas não adianta também tirar mais material, deixar a taxa mais baixa e ter uma quebra porque o pistão ficou muito fino.

Os pistões são o modelo para Calibra, ou seja, tem cavas grandes para as válvulas. Desnecessariamente grandes no meu caso, mas já vieram assim. As canaletas de anéis são finas, para anéis NPR que vieram junto no jogo, com as travas, mas sem os pinos. O tratamento acinzentado é anodização dura, que deixa a superfície mais resistente aos riscos. Antes de instalar, ainda pretendo aplicar o Molykote.

 
 
 
 
 

Ok, não foi um grande post, mas com a competição apertando por causa dos progressos da Willys crew, fui obrigado a lançar mão de tudo ao meu dispor para não ficar para trás. Não é uma grande novidade mas o que importa é:

Novidades:
Kadett: 2
Willys: 2
Fiat 600: 0

Para quem estava com saudade dela: Dana modelo 44

Desacreditados Racing: Willys crew acreditando!

 

Verdade, não parece muito... Mas como disse no início, qualquer parafuso é válido na competição dos desesperados. Então o pessoal da Willys gasser segue metendo a mão na massa (na fibra, ou onde quer que seja, menos na graxa, pois a mecânica ainda está longe do carro...).

 
 

Nas fotos o pessoal está ajustando a altura da carroceria em relação chassi, com alguns tubos no lugar do que futuramente virá a ser o four link. Não é muito, mas na nossa "competição" um passo pequeno já vale mais do que nenhum passo.

Novidades: 
Willys: 2
Kadett: 1
Fiat 600: 0

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Novidades no front inimigo!

Novo lar do Willys pelos próximos... Anos? rsrsr



 O Nelsinho não quer ficar para trás na competição dos desacreditados. Então tratou de pegar a Willys e tirar (não sei de onde) e levar para a oficina, o que é um primeiro grande passo, afinal, para poder mexer no carro é preciso que ele esteja no mesmo lugar onde você está, pois esse tipo de atividade antiquada não pode ser realizada por wi-fi ou bluetooth.

Mas o importante é que o projeto estava parado desde 2003 e agora está andando. Nem que seja em cima do guincho...


Segundo ele, os planos agora são assentar a carroceria em cima do chassi e começar a preparar o terreno para a confecção do four-link.

A idéia é um dia ficar mais ou menos assim:


Novidades: 
Kadett - 1
Willys - 1
Fiat 600 - 0

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Uma novidade!


Aí está, uma tampinha traseira de fibra, feita pelo Marco Queiroz. A tampa ficou muito boa e muito leve. Se parece desalinhada é apenas porque está atirada em cima do carro de qualquer jeito, pela falta de tempo. Ainda precisam ser feitos os suportes que posicionam ela de forma que fica uma réplica exatamente igual a tampa original, exceto que não é uma bigorna de 30 kg na traseira do carro, pior lugar possível.

Ao contrário do que muitos pensam, a fibra é um material bastante leve, flexível e resistente, diferentemente do que as pessoas estão acostumadas a ver nas carroceria de carros como Puma, Miura e outros esportivos de época, que não possuíam muita qualidade nessa parte. A fibra de vidro ou GRP (glass reinforced polymer) é largamente utilizada até hoje em carenagens de carros e barcos de corrida, pela suas excelentes propriedades mecânicas, QUANDO SE SABE FAZER CORRETAMENTE.

Grande parte da má reputação da fibra é proveniente do fato de que o processo de fabricação e manuseio da fibra requerem poucas ferramentas e assim se torna acessível a qualquer pessoa, mesmo sem o conhecimento necessário para fazer boas peças. E naturalmente, sem isso saem peças ruins.

A questão do custo de fabricação também influi. Para cada peça é preciso primeiro fazer ou preparar um contramolde (que nesse caso era uma tampa original de Kadett) depois um molde e por fim a peça em si. isso implica em 2 ou 3 vezes mais material do que inicialmente poderia se imaginar, e umas 5 vezes mais trabalho. Além disso, existem resinas adequadas para cada finalidade, sendo que para o uso automotivo nem sempre são as mais baratas. Sem falar nos maus profissionais que diluem o material para "render mais", o que na verdade, como qualquer coisa diluída, da resina aos combustíveis, passando pela tinta, cargas de nitro, drogas e até mesmo o leitinho das crianças, todo mundo sabe que não funciona. Diluir só dá certo com ki-suco, que - ao contrário de todo resto - quanto mais você diluir, menos mal deve fazer.

Em resumo: A fibra de vidro é um excelente material quando se sabe usá-lo e dá origem a peças muito fortes e leves, que em determinadas funções nao perdem para outros tipos de compostos mais nobres como por exemplo a fibra de carbono, mas seu custo é consideravelmente menor, tornando o material bastante atraente para quem não é bitolado ou viciado em "likes" no facebook.
 


Novidades:
Kadett: 1
Fiat 600: 0
Willys 41: 0

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desacreditados Racing

Você que tem acompanhado o blog aqui, sabe que o ritmo da construção do nosso Kadett não chega a ser frenético... Bem, na verdade a coisa anda tão letárgica que com certeza alguns já andam se perguntando se isso realmente vai chegar a algum lugar.

É ou não é?

Talvez possa parecer estranho para alguns de vocês, mas esses projetos eternos são relativamente comuns... Ao menos entre a minha turma!!!

Por isso e também para que eu não me sinta tão mal, vou postar dois projetos de amigos que estão tão mal ou pior ainda que o meu. E aproveito para lançar um desafio, para determinar quem vai terminar primeiro o carro. Não deixe de votar.

Primeiro o "Fito 600" do Julião, que é um Fiat 600 tubular, logicamente para arrancada. O projeto prevê um motor Fiat Fiasa 1.5 turbo, em disposição transversal, injetado, pneus drag e tudo mais que tem direito. O estado atual é esse...


Quem quiser pode visitar o http://equipefito600.blogspot.com/ e saber mais da "bolinha", como chamam os argentinos.

Depois vem um projeto bem maior. Nem que seja em termos de tamanho! Trata-se da "barata" Willys 41 do Nelsinho. Ela tem carroceria do Kranz, montada em cima de um chassi de Rural e com motor 318 de Dodge, aspirado, injetado e - para quem ousa pensar num futuro muito distante no qual o motor já estará funcionando - com nitro.

Vejam uma foto atual do carro:


O terceiro concorrente é o prata da casa, o nosso amado e querido Kadett prateado que já correu arrancada, mas está num momento de "full rebuild" e conseguiu ficar tão para trás, que de fato pode competir com esses dois carros que estão "quase prontos"...

O projeto prevê o motor 2.0 16v turbo, injetado (lógico, afinal se até os dois que gostam de velharia vão usar injeção, não serei eu que vou ficar me limitando com um carburador velho) peças em fibra, gaiola de proteção e quem sabe até uns foguetes Sidewinder sem as ogivas para aumentar a propulsão nas arrancadas.

O carro hoje como vocês já sabem, está assim:


Bem, agora sempre que houver algum progresso considerável (qualquer parafuso que seja colocado em qualquer um dos carros já é considerado um progresso enorme!!) em cada um desses projetos, vou fazer a mão e postar aqui para dar uma melhorada na moral e também incentivar o espírito competitivo, afinal, no estagio (ou seria mais corretodizer no estado) em que se encontram os carros, todo apoio é importante!

Quem desses 3 você acha que vai vencer a corrida de simplesmente conseguir terminar o carro primeiro?

domingo, 9 de outubro de 2011

Alive and kickin'


Sim, é burrice.

Mas não, eu não desisti.

Chegaram as bielas, que haviam sido mandadas para retifica de precisão para refazer os alojamentos. Próximo passo, medição e bronzinas.

Aguardem.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Quando a cabeça não pensa, o corpo trabalha dobrado



Estão vendo esse belo virabrequim? Standard, polido, preparado, fosfatizado, jateado, molykotado e bem lubrificado? Pois bem, há muito tempo já que eu havia feito todo esse trabalho e deixado ele pronto para montar. Bom, não exatamente TODO O TRABALHO...

Pois é, fiz toda a parte mais difícil e acabei não lubrificando a peça com óleo antes de guardar. O resultado na umidade de Porto Alegre foi esse:




Fazer tudo de novo? Não dava, por dois motivos: Um deles é que eu mandei as bielas para conferir os alojamentos, coisa que já havia feito duas vezes anteriormente e o problema persistiu. Resolvi entregar o serviço pra alguém com a reputação de ser bem qualificado, a Retificadora Guido Waechter. Só que o único detalhe é que ela fica em Santa Cruz do Sul, a 150 km de Porto Alegre.

Pois bem, recebi um retorno de lá me pedindo que medisse os moentes do virabrequim para dar a folga certa nas bielas. Quando fui medir constatei que ele estava nessas condições. Então dei uma limpada nos moentes para poder medir, pois nessas medições centesimais a sujeira e a ferrugem podem causar erros.


Peguei uma lixa fina, lixei com bastante cuidado e então efetuei a medição. 

 
 
 

A medida standard desses moentes deve ser maior que 48,971 mm e menor do que 48,987 mm, caso contrário o virabrequim prende nas bielas ou acaba ficando folga demais e o motor pode ficar "batendo biela" e o que é pior: Perder pressão de óleo.

No meu caso, conforme a foto acima, a medida era aproximadamente 48,975 mm. Assim sendo até mesmo um polimento poderia deixar o virabrequim abaixo da medida STD. Tudo bem, bastaria nesse caso fazer as bielas com furos menores. Mas o custo para diminuir o furo da biela é consideravelmente maior do que o de aumentá-lo, sem falar em depois ter que fazer as pontas das bronzinas e ainda por cima acabar com um conjunto de bielas com furo fora de padrão, que não serviria em outro virabrequim com medidas standard...

E o segundo motivo é que simplesmente eu não estava nem um pouco afim de fazer todo o procedimento no virabrequim novamente pois iria demandar custo, trabalho e principalmente tempo. E as coisas já demoram demais quando andam no ritmo normal. Só de pensar em refazer tudo já sinto uma depressão profunda.

Então vamos adiante.

 

Depois de lixar com todo o cuidado a sujeira e a ferrugem aqueci novamente o virabrequim e apliquei o Molykote D321R nos munhões e moentes. É interessante lembrar que isso só tem a chance de dar o resultado satisfatório porque o virabrequim já havia passado por todos os processos anteriores e não havia sido usado.

 

Depois disso é importante fazer o polimento da camada aplicada, para facilitar a montagem do motor e também para que se possa ter o "feeling" correto do giro do motor na hora de dar o torque nos mancais. Muitas pessoas não executam esse procedimento e quando montam o motor o virabrequim fica pesado, podendo até ficar travado. Esse fenômeno contribui para a crença errônea de que o Molykote aumenta as medidas da peça, interferindo com as folgas.

Além disso, após o polimento a camada fica mais resistente ao atrito das bronzinas e esse é um dos passos necessários para a aplicação técnica do produto, para que ele se mantenha aderido ao metal do virabrequim durante toda a vida útil do motor.

As fotos acima mostram a diferença entre um munhão e um moente já polidos em relação aos outros que ainda estão com a pintura bruta.



Acima o virabrequim pronto e nas fotos abaixo o virabrequim já lubrificado com óleo de motor, para evitar a corrosão.

  

O ideal para isso seria um óleo de preservação, que é a mesma coisa que vem no virabrequim e outras peças originais de fábrica, porém eu não tinha isso disponível, então lancei mão de um litrinho de óleo sintético avulso e limpo que eu tinha guardado e depois fechei o vira hermeticamente com um saco de lixo. Não é a solução mais elegante, mas o que importa é não cometer o mesmo erro duas vezes, não é?


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meses depois...


Mas ainda bem que eu tenho mais de 18 anos e principalmente que eu não comi o conteúdo de colherinha. Já a questão de inalar... Já não tenho tanta certeza... De todo jeito, pelo menos até agora ainda não morri....

Enquanto eu inalava o produto, já que era removedor de tinta, aproveitei para pegar o bloco do motor do Kadett (provavelmente esse comportamento anormal já era algum efeito colateral da inalação)... Enfim, como o produto era removedor de tinta, pensei que talvez fosse uma boa unir o inútil ao desagradável e remover a tinta velha do bloco do motor.

Bem, essa parte não é piada, pois assim como seria inútil inalar propositalmente uma lata de removedor pastoso, remover a tinta do bloco com ele também é um trabalho desagradável. Tanto que tentei me escapar dessa mandando jatear o bloco com microesfera de vidro, mas o jateador arregou, devolveu o serviço pela metade e ainda me deu de presente a lata de removedor...

Esse é o mesmo bloco de sempre, que quando pintei pela primeira vez eu preparei bem direitinho. Dei jato de areia, banho térmico, fosfatizei e depois pintei com pincel mesmo. E a tinta aderiu bem, como era previsto. O que não era previsto é que eu teria que pintar novamente esse bloco, ainda mais de outra cor.

Mas por que outra cor?

Aqui entra mais uma história daquelas folclóricas: Segundo um relato, certa vez um preparador famoso aqui do sul quando perguntado sobre o motivo pelo qual pintava os blocos de motor dos carros que preparava sempre da mesma cor, teria dito o seguinte:
Iterlocutor: - "Hein, Fulano... Por que os blocos sempre da mesma cor?"
Mecânico: -" Porra, por que... Quem mora no céu?"
Interlocutor: - "Deus..."
Mecânico: - "De que cor é o céu?"
Interlocutor: - "Azul..."
Mecânico: - "Então? Céu... Deus... Azul...  Hã? Hã?!
Eu sou o deus dos motores, que cor tu quer que eu pinte os blocos???"

Além disso, lá em 2006, coincidentemente no exato dia em que eu estava pintando esse bloco apareceu aqui um amigo que havia acabado de chegar de outra oficina. A primeira coisa que ele disse foi que lá eles JAMAIS pintavam o bloco do motor de vermelho. Jamais. Segundo eles, dava azar.

Claro que rimos muito na hora, mas meu amigo continuou com a explicação. Aí começou a citar os carros de Fulano, Beltrano, Cicrano... Todos haviam tido quebras pavorosas de bloco de motor e... TCHARÃM!!!! Todos tinham blocos vermelhos.

Será então que existe algo por trás dessa crendice? Se os blocos azuis são do céu, protegidos de Deus, será que os vermelhos seriam então do inferno, atormentados pelo capeta?

Ou será que 90% das pessoas que desmontam e pintam um motor de performance escolhem a cor vermelha? E que da mesma forma 90% dos motores de performance não são feitos para aguentar o castigo ao qual são submetidos e por isso acabam botando a buchada toda pra fora?

Bem, por via das dúvidas vou comprar outra lata de removedor...

Abraços e até breve!